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Olhos Vermelhos

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Estamos no outono e as mudanças climáticas já se fazem sentir no clima mais ameno, na queda das folhas das árvores, na florada dos ipês e no ar mais seco. Junho também é o mês dos namorados, e o clima ajuda a compor a atmosfera romântica para a aproximação dos casais. Também é o mês do início do inverno, começando com o solstício no dia 21.

A baixa temperatura propicia a aglomeração e o contato mais íntimo das pessoas,  ocorrendo também nesta estação uma redução na umidade do ar, em decorrência da escassez de chuvas, assim como pelo aumento da poeira e queimada da vegetação seca.

Este cenário é propício para uma avalanche de problemas de saúde, sejam eles de causa alérgica, infecciosa ou ambiental. Nossa respiração se torna mais difícil, problemas pulmonares são mais frequentes, as epidemias de gripe explodem, e como não poderia ser diferente, sentimos os efeitos também em nossos olhos.

Esta época marca o início das epidemias de conjutivites, sejam elas infecciosas ou não. Entre as causas infecciosas estão as virais e as bacterianas, sendo a primeira de maior incidência e com sintomas mais intensos. A aglomeração de pessoas é um fator desencadeante. A principal via de contato é através das mãos, que contaminadas por secreções contendo o vírus ou bactéria, ao entrar em contato com os olhos, levam os agentes causadores diretamente para a conjuntiva, que após alguns dias começa a apresentar os sintomas característicos.

Outra forma de transmissão é através de gotículas provenientes de espirros ou tosse, contendo estes germes. A redução da temperatura permite que os mesmos fiquem por um tempo maior no ambiente, aumentando a chance de inalação e contato com os olhos.

A conjuntivite viral geralmente começa por um dos olhos, e após alguns dias, acomete o outro. Além da vermelhidão característica, é comum o aparecimento de lacrimejamento intenso, fotofobia e até mesmo dor. Após o contato inicial o vírus fica encubado por 4 a 7 dias, iniciando então os sintomas, que podem durar semanas. Geralmente são utilizados apenas sintomáticos para reduzir a dor e a inflamação, sendo que a utilização de certos colírios podem piorar e aumentar o tempo da doença.

A outra forma, a bacteriana, geralmente começa nos dois olhos, produz uma secreção amarelada e abundante, respondendo bem ao tratamento com colírios específicos. Também neste caso os colírios devem ser utilizados adequadamente, para evitar a seleção de germes que podem se tornar resistentes ao tratamento.

As conjuntivites não-infecciosas são as provocadas por fatores ambientais que desencadeiam processos alérgicos nos olhos. A exposição a poeira, pólens, fumaça e outras substancias, em pessoas suscetíveis, provoca uma série de reações inflamatórias que levam a sensação de corpo estranho, lacrimejamento, coceira e vermelhidão ocular. Evitar a exposição ao fator desencadeante ajuda no tratamento, assim como colírios que controlam este processo.

A redução da umidade do ar provoca um outro problema, chamado olho seco. As pessoas portadoras deste problema costumam reclamar de coceira nos olhos, sensação de areia, dificuldade para enxergar e lacrimejamento. A baixa umidade provoca um aumento na evaporação da lágrima, causando os sintomas. A utilização de certos medicamentos, assim como a associação com outras doenças sistêmicas podem potencializar este quadro.

Os olhos podem se tornar vermelhos em decorrência de outras doenças, como inflamações, infecções, hemorragias, glaucoma, entre outras. É necessário que qualquer sintoma nos olhos seja avaliada adequadamente para receber um tratamento que seja efetivo. Cuidados básicos, como lavar as mãos, evitar aglomerações, e principalmente, evitar contato íntimo no caso do aparecimento dos sinais descritos, pode evitar que a doença se alastre até que o diagnóstico definitivo seja dado por um oftalmologista.

 

Dr. Marco Antonio Olyntho
CREMESP 92737
Médico Oftalmologista pela Associação Médica Brasileira e Conselho Brasileiro de Oftalmologia
Especialista em Glaucoma pelo Hospital das Clínicas - Universidade de São Paulo
Membro da American Academy of Ophthalmology

marco@olyntho.med.br
www.olyntho.med.br
São José do Rio Preto - SP

Autor

Dr Marco Antonio de Castro Olyntho Junior

Dr Marco Antonio de Castro Olyntho Junior

Oftalmologista

Especialização em Ciências da Visão Patologia Clínica e Cirúrgica no(a) Instituto Internacional de Ciências Sociais.